Tanto tempo sem escrever, hoje a necessidade é grande. Aprendi que para canalizar meus sentimentos, apenas uma boa música e uma escrita me alivia.
Quando já cantar não afasta meus fantasmas e assombros, me resta desabafar.
Idealizei uma vida que não existe, um lar feliz, um amor correspondido, uma família, tudo virou cinzas jogadas ao vento, que hoje não consigo evitar que voem.
A decisão foi certa, mas na hora errada. Um mês que atordoa, me desespera, não me conforta, troquei o verdadeiro amor, por um "amor" incerto. Não por falta de aviso, nem cuidado, apenas por precipitação.
Os meus ficaram para trás!!! Todos os dias acordo numa verdadeira incerteza, constante dúvida. Será que é isso mesmo que quero? Mil quilometros me separam da realidade. Amor está dando lugar ao silência, uma vontade tremenda de correr e gritar, mas quando penso, fico sem pernas e sem voz. Será que tudo isso é o certo? Será que isto estava reservado para mim? Será este meu destino?
Lembro-me do meu poema de menina, que lia freneticamente sem muito entender. Agora sim, mais me cabe as palavras de Fernando Pessoa: "tremúlos vincos nas águas adormecidas, porque fiz eu dos sonhos a minha única vida??". Porque? De que vale? Onde vou parar? Deus me guie para o local mais correto, faça com que o vento me carregue para a direção da felicidade. Aqui estou, implorando por um sinal, para que essa semana seja apagada da minha memória. Quero sentir alívio, conforto, felicidade, sorrir, não um sorriso amarelo e forçado, quero ser alegre novamente; não permitir que os meus fantasmas me dominem.
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